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Maria da Penha ONLINE Governo do Distrito Federal
19/08/19 às 12h05 - Atualizado em 19/08/19 às 15h34

Professor de COP atua como árbitro internacional de bocha

A pira dos Jogos Parapan-Americanos de Lima, no Peru, acende em 23 de agosto. A partir de então, centenas de atletas paralímpicos disputam a chance de subir ao pódio em 17 modalidades até 1º de setembro. No Distrito Federal, 14 esportistas reforçam a delegação brasileira formada por 512 integrantes. Além dessa turma, outra pessoa representa o Distrito Federal no evento. O profissional de educação física Loreno Kikuchi Pessato, 33 anos, que trabalha no Centro Olímpico e Paralímpico (COP) do Setor O, vai atuar como árbitro de bocha.

 

Quando o projeto Futuro Campeão de Bocha começou no COP de Ceilândia, em março de 2018, ele retornou ao local exclusivamente para assumir a iniciativa, realizada pela Secretaria de Esporte e Lazer em parceria com a Fundação Assis Chateaubriand. Anos antes, o jovem havia dado aula no Setor O até ser transferido para o COP de São Sebastião, onde ficou na Coordenação de Pessoas com Deficiência (CPD). Pessato é bastante querido pelos alunos, que apresentam paralisia cerebral, distrofia muscular, tetraplegia, entre outras patologias.

 

“O foco do trabalho visa potencializar as habilidades de cada aluno, os influenciando na ótica do esporte, da superação de seus limites. A bocha é a modalidade mais inclusiva do cenário paralímpico, onde pessoas com alto grau de comprometimento motor, com nível severo das capacidades físico motora podem praticar uma modalidade esportiva, competir, serem incluídas na sociedade, fazendo do paradesporto um elemento de transformação social, psicológica, cognitiva, intelectual, além da melhoria de aspectos físico; contribuindo para o pleno exercício da cidadania”, avalia.

 

A identificação de Loreno com a bocha iniciou cedo, quando ainda morava em Uberaba, em Minas Gerais, cidade em que nasceu. Sua madrinha o convidou para estagiar na Associação de Deficientes Físicos de Uberaba (ADEFU), que trabalhava prioritariamente com bocha e atletismo. “Trabalhei lá mais de uma década e aprendi muito, fiz muitos cursos e vivenciei eventos e competições”, relembra. Em 2006, ele concluiu o curso de arbitragem internacional e, no mesmo ano, já teve a oportunidade de participar do primeiro evento estrangeiro, o Mundial de Bocha, na cidade do Rio de Janeiro.

 

O profissional de educação física rememora três eventos esportivos como os mais especiais em sua trajetória como árbitro: os Jogos Parapan-Americanos de Guadalajara, no México, em 2011, quando teve o primeiro o contato com a Vila Olímpica; os Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, quando realizou o sonho de atuar no maior evento esportivo paralímpico do mundo; e o Mundial de Bocha, em Santiago de Cali, na Colômbia, em 2015, primeira vez que atuou em uma final. “Eu fiz a final da classe BC4, algo inestimável ser o árbitro escalado para fazer uma final. Muito gratificante”.

 

No total, o mineiro já participou como árbitro de seis eventos esportivos internacionais. “A expectativa para mais um Parapan-Americanos é enorme. Tem sempre aquele frio na barriga que antecede o evento. O objetivo é mais uma vez realizar meu trabalho da melhor maneira possível e se o Brasil não passar para as finais, a expectativa é fazer, pelo menos, uma das finais”, explica o rapaz.

 

Futuro Campeão

A turma do programa Futuro Campeão de bocha, no Centro Olímpico e Paralímpico do Setor O, contabiliza 13 alunos. Eles treinam em horários diversos, de terça-feira a sexta-feira. O plano de aula trabalha especificidades e individualidades de cada participante. Junto com o goalball, a bocha se destaca como uma das modalidades que mais despertou interesse dos atletas no último ciclo paralímpico. A popularidade da atividade se estendeu em Brasília, onde houve uma etapa local do torneio de bocha, com adesão de 45 esportistas, que estão espalhados pelos COPs e CETEFE.

 

O programa é voltado para a transformação de jovens talentos em atletas de rendimento que formam esportistas que possam representar Brasília em campeonatos regionais, nacionais e internacionais. As seletivas acontecem em toda comunidade do DF  e realizadas nos próprios COPs semestralmente. Esta iniciativa da Secretaria de Esporte e Lazer é feita em parceria com a Fundação Assis Chateaubriand (FAC) e o Instituto para o Desenvolvimento da Criança e do Adolescente pela Cultura e Esporte (Idecace).